Por Lael Santos
Nada acontece por acaso... Você certamente já ouviu esta afirmativa, e ela é cem por cento acertada. Tudo é produto de algo, seja ele plantado, edificado, arquitetado ou simplesmente admitido. Também não é à toa que quem cala consente, ou esta outra hipótese pode ter controvérsias? Depende do silêncio, pois quando este pode ser interpretado por uma atitude de permissividade, então o consentimento é mera consequência da razoabilidade.
Já dizia Mather Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Neste caso a cumplicidade ganha envergadura e roupagem de culpa num cenário onde se manifestar seria peremptório. Mas para tanto há que se avaliar a questão e dimensionar quando se deve bradar. Num mundo onde se ouve bem mais a altissonância dos tolos, a evidência da sabedoria quase sempre é traduzida em murmúrios.
O que você ouve hoje? Que tipo de música faz sucesso e é executada nas rádios, e em tempos de virtualidade, nas redes sociais, nos veículos de mídia digital, etc? Em se tratando de Brasil, para quem tem gosto apurado, chegamos ao fundo do poço, ou quiçá, do fosso. Letras que celebram a imoralidade, coreografias que enaltecem a erotização precoce e pais que acham lindo e batem palmas para os seus filhos pequenos alimentarem a obscenidade dos pedófilos de plantão. Para piorar ainda mais, redes de TV aberta dão toda a cobertura para que tais descalabros se propaguem com mais força e assim a coisa vai se consumando. Havia um tempo em que ser artista era ter algum atributo que fizesse alusão à arte, mas hoje confundiram isto com fama. Ser famoso, não importa que mesmo por uma bestialidade praticada, é ser artista. Uma afronta à quem de facto tem um dom, um talento especial que agregue valores culturais, mas enfim, esta é a cultura da estupidez, onde a torpe fama tem vez, e artistas de verdade nascem, crescem e morrem no anonimato, com raras exceções. É só fazer um levantamento para perceber quanto espaço é dado à esta inversão de valores.
O Jornal O Globo se utilizava de um jargão: "Quem lê sabe mais, quem lê O Globo sabe muito mais ainda." Eu pergunto: Quem lê? Algumas pessoas leram apenas o título deste texto, outros já desistiram, você que chegou até aqui receba os meus parabéns. Seria cômico se não fosse trágico, mas a avaliação do nível de aprendizagem nacional é uma vergonha internacional. Na última edição do PISA(Programa Internacional de Avaliação de Alunos), realizada com escolas de 70 países, o Brasil foi o 59º colocado em Leitura e figurou entre os dez últimos nas categorias matemática e ciências. O que vem sendo feito para mudar este quadro caótico e tirar o país dos últimos lugares no ranking da Educação?
Ainda prevalecerá por muito tempo as sequelas da Cultura da Estupidez.
Nossos filhos não respeitam os pais, nossos alunos não respeitam os professores, nossos jovens não respeitam os idosos. Não há espírito patriótico, tampouco qualquer vestígio de civilidade. Onde vamos parar?
Decerto que leis mais severas, que comecem pelos lares e adentrem as escolas consigam travar esta escalada de violência ocasionada por fatores que fizeram confundir liberdade com libertinagem, liberdade de expressão com licenciosidade, e assim segue o baile com fundo musical de extremo mau gosto na Casa da Mãe Joana. Oxalá que esta triste realidade mude, afinal ninguém merece esta Cultura da Estupidez.
Lael Santos é poeta, membro da Academia Itaperunense de Letras; Comunicador de Rádio; Blogueiro; Diretor do Instituto de Pesquisa Opinião - Pesquisa & Marketing; Criador e Intérprete de Personagens Cômicos do Rádio; DJ; Integrante do Departamento de Comunicação da Secretaria de Saúde de Itaperuna; Filósofo e Livre Pensador;
Teólogo; Jornalista; Membro da Ordem dos Músicos do Brasil; Membro da SPA - Sociedade Portuguesa de Autores; Escritor de vários ensaios publicados, e em fase de finalização a publicação de duas grandes obras a serem lançadas em 2019: "Para quem ainda acredita no amor..." e "Reflexões de uma Mente em Transformação."
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