Por Lael Santos
O conturbado cenário político da maioria dos municípios da região norte-noroeste fluminense já está em polvorosa com vistas às eleições municipais do ano que vem. Ao que parece, quanto mais complicado, melhor. Noutra situação, a tendência seria termos poucos nomes dispostos a concorrer ao cargo de chefe do executivo, mas em alguns lugares tudo é diferente mesmo. A cada dia surge uma nova especulação em torno de mais um provável pré-candidato. De acordo com a CNM (Confederação Nacional de Municípios), o cargo de prefeito é a profissão mais perigosa do Brasil, mas ao que parece os políticos não estão nem aí para os riscos. Quem está, não quer por nada largar o osso, e quem não está, quer entrar à todo custo. Já cantava o saudoso Dominguinhos "… Olha, que isso aqui tá muito bom
Isso aqui tá bom demais
Olha, quem tá fora quer entrar
Mas quem tá dentro não sai…"
Com todos os riscos, funcionais, éticos e morais, a tentação de ter a caneta nas mãos e se assentar na cadeira larga de encosto alto, suplanta tudo. Neste caso, fica sempre a pergunta: é por amor ao município e vontade de arrumar a casa? Ou é por amor ao bolso e fazer o pé de meia? Pode parecer até indelicado o questionamento, mas isto é, no mínimo, admitir o contexto da realidade nua e crua. É uma faca de dois gumes, e infelizmente esta faca costuma cortar com o gume errado e quem paga o preço é sempre o eleitor.
Outra questão a se ponderar é o que é promessa de campanha, e o que é comprometimento social. É uma aposta a ser feita por quem tem o poder de fazer a escolha. Enquanto a votação não volta a ser no papel, a dúbia máquina de votar continua revelando a cara de quem vai governar.
A corrida eleitoral já começou, sim senhor, e está à todo vapor. As famosas reuniões domiciliares já tiveram início, os encontros em casas na zona rural, os churrascos nos terraços, etc e tal já estão na agenda semanal de grupos políticos e partidos na mobilização de conversações e negociações que consolidarão quem vai entrar na disputa.
Os interesses são os mesmos, pessoais, comunitários, mas não seria nunca nada justo generalizar. Ainda vale acreditar que há pessoas muito bem intencionadas e tudo que precisam é de apenas uma oportunidade para mostrar a sua verdade. O problema é que ninguém tem bola de cristal, e neste caso fica sempre a expectativa de que os cifrões não subvertam os bons princípios e baguncem o coreto.
Tem gente fazendo direitinho o dever de casa, mas tem gente que não vai passar de ano.
Apesar dos pesares, acaba sendo até divertido acompanhar tudo isto, afinal já estamos acostumados.
Que os bons continuem, e que os maus desocupem!
Lael Santos é poeta, membro da Academia Itaperunense de Letras; Comunicador de Rádio; Blogueiro; Diretor do Instituto de Pesquisa Opinião - Pesquisa & Marketing; Criador e Intérprete de Personagens Cômicos do Rádio; DJ; Integrante do Departamento de Comunicação da Secretaria de Saúde de Itaperuna; Filósofo e Livre Pensador;
Teólogo; Jornalista; Membro da Ordem dos Músicos do Brasil; Membro da SPA - Sociedade Portuguesa de Autores; Escritor de vários ensaios publicados, e em fase de finalização a publicação de duas grandes obras a serem lançadas em 2019: "Para quem ainda acredita no amor..." e "Reflexões de uma Mente em Transformação."
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