Por Lael Santos
Um renomado cardiologista e nutrólogo sempre traz à tona em suas palestras uma frase do lendário Hipócrates, "Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio". Considerado como o pai da medicina, Hipócrates, que viveu no século IV antes da era cristã, figura florescente da intelectualidade grega, que dedicou toda a sua vida à prática dos cuidados em saúde, sabia da importância de se lidar com a saúde e não com a doença. Se Hipócrates tivesse vivido nos dias atuais, certamente ficaria chocado com o quanto se gasta tempo cuidando de doenças, quando o tempo perdido com estas é a prova do desperdício com futilidades nocivas, ao invés de ocupação trivial com cuidados elementares que resultam sempre em boa qualidade de vida.
Como gerir saúde, e não doença?
Os efeitos do progresso desencadearam uma dívida muita alta, muitas vezes pagas com a própria vida. Ouve-se muito falar em aumento da expectativa de vida, e particularmente a do brasileiro aumentou. Segundo estudos do IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros cresceu três meses e 11 dias de 2016 para 2017, chegando a 72 anos e cinco meses para os homens, e 79 anos e quatro meses para as mulheres. Aparentemente estes números parecem espetaculares, e até fazem bem aos olhos ler esta informação, mas vem a pergunta: A longevidade está garantindo vida saudável? Que proveito há em ter um aumento considerável nos dias vividos se estes não forem de pleno prazer? De que adianta o avanço tecnológico no prolongamento da idade, se isto estiver atrelado à dependências químicas e aprisionamento a aparelhos?
Esta não é uma abordagem pessimista, mas um relato respaldado no uso lógico de um raciocínio que nos faz refletir se vale a pena viver muito tomando dezenas de comprimidos todos os dias, ou escravo de máquinas que fazem o trabalho que o corpo não consegue mais fazer? De um determinado tempo para cá estamos diante de fábricas de homens e mulheres preparados para se depararem com doenças e com elas lidarem, mas serem completamente apáticos e divorciados de práticas saudáveis, mas na contramão desenvolver afetividade com atividades que tenham como saldo uma enfermidade, e contas intermináveis aos cofres das drogarias.
Ouvi recentemente que o Brasil não tem ministério da saúde, e sim, ministério da doença. Isto é muito forte, mas percebemos que a tríade das indústrias alimentícias, hospitalares e farmacêuticas vão muito bem, obrigado.
Você come mal, os supermercados e as lojas de fast-food estão abarrotadas de porcaria; você adoece, vai parar no hospital, muitas vezes faz baterias de exames e fica até internado; como consequência você passa a consumir produtos farmacêuticos que agem como remédio e não curam. Você já parou para observar a etimologia da palavra remédio? Não é algo que cura, apenas remedia. E por não ser curativo, uma vez que não trata da raiz, e sim das folhas, desencadeia reações adversas e efeitos colaterais, e você passa a tomar outros medicamentos que já não têm mais o objetivo de cuidar do primeiro mal, mas atenuar as reações adversas, e assim, em cadeia você vai construindo uma drogaria dentro da sua casa.
Se as pessoas começassem a se preocupar com o princípio de tudo não chegariam à consequências tão desastrosas. A desinformação cavalga em parceria com esta tropa alimentada por outra indústria famigerada que é o consumismo provocado pelo incentivo da mídia irresponsável. Apenas as cifras importam...
Os não influenciáveis, mas formadores de opinião rapidamente descobrem que por trás de um inocente copo de refrigerante se esconde um veneno em potencial que começa a intoxicar as crianças ainda em muito tenra idade. Por falar em refrigerante, eles estão sobre as mesas de quase todas as celebrações, e assim de copo em copo o câncer se desenvolve, tendo como precursores males um pouco menos aterrorizantes, como obesidade, diabetes, problemas gástricos e mais uma dezena de doenças. Enfim, falar disso chateia muita gente, que prefere o orgasmo do paladar ao bom hábito de ingerir somente o que faz bem.
Novamente, a frase do célebre Hipócrates fala forte: "Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio".
Alguém quer engrossar esta fileira dos que se amam de verdade, ou preferem pagar o alto preço da inconsequência?
Afinal, você come para viver, ou vive para comer, e comer mal?
Estamos buscando dias melhores, e queremos mesmo gerir saúde e não doença.
Percebo isto no jovem gestor municipal, Olliver Barros, Secretário de Saúde de Itaperuna, que desde que assumiu a referida secretaria vem formando um verdadeiro exército de combatentes nas trincheiras da prevenção. Seguindo à risca, o calendário nacional de Saúde, Olliver pontua a observância de todas as campanhas pertinentes, sem se descuidar de nenhum setor. À frente de uma secretaria de grande porte, e com uma demanda exacerbada de ações nos mais diversos setores, o recrutamento de soldados valentes para esta guerra se faz necessário. Considerado que tamanho não é documento, neste momento o grande inimigo é um minúsculo mosquito que vem fazendo um grande estrago de norte à sul do país. Em Itaperuna, não tem sido diferente, mas o batalhão tem estado à postos no cumprimento de suas obrigações. Ainda sobre a importância de se lidar preferentemente com saúde e não doença, Olliver salientou o jargão popular: "É melhor prevenir do que remediar"
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