O parlamentar também não poderá entrar em contato com seus assessores durante o processo.
Pouco mais de 24 horas após ser preso em flagrante, o vereador de São João da Barra, Gersinho Crispim (SD), foi solto na tarde desta quinta-feira (17) por meio de decisão do juiz Alexandre Rodrigues de Oliveira em audiência de custódia. Segundo o advogado do parlamentar, Antônio Maurício Costa, entre as medidas restritivas que ele deverá cumprir está o afastamento do legislativo municipal por 180 dias (seis meses); ele também não poderá manter contato com os envolvidos no processo, principalmente com seus assessores.
Gersinho é suspeito de manter um esquema de “rachadinha” entre funcionários de seu gabinete, na Câmara do município, e foi preso na manhã de quarta-feira (16), ao chegar para participar de sessão da Casa de Leis. Essa prisão ocorreu após a delação de um de seus assessores.
À reportagem do Jornal Terceira Via, o advogado de defesa declarou que, nos próximos dias, ele e o vereador decidirão como vão agir diante do processo. A princípio, durante esses 6 meses de afastamento, a cadeira de Crispim deverá ser ocupada pelo seu suplente, Alan de Grussaí (PSDB).
Apesar de expedir o alvará de soltura do vereador, o juiz Alexandre Rodrigues de Oliveira determinou que Gersinho deverá se afastar da Casa de Leis; não poderá entrar em contato (direta ou indiretamente) com as testemunhas do processo (principalmente com seus assessores); terá de se apresentar em juízo até o dia 10 de cada mês, até que o processo esteja finalizado, levando um documento com seu endereço atualizado; e não poderá sair da Comarca de SJB pelo prazo superior a 15 dias (salvo em casos de trabalho ou estudo).
A Câmara Municipal de São João da Barra, procurada pela equipe de reportagem, não se pronunciou sobre a prisão e sequer sobre a recente soltura do vereador.
ENTENDA
De acordo com nota oficial divulgada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), a prisão do vereador de SJB aconteceu logo após ele ter recebido R$ 3,5 mil de um assessor.
Ainda segundo a nota, “Gerson Crispim já vinha sendo investigado pelo MPRJ por supostos repasses de valores mensais da remuneração de servidores nomeados por ele para trabalhar em seu gabinete, sendo a prisão decorrente de ação controlada judicialmente comunicada”.
Crispim foi preso por agentes do Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim), do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), ao chegar para sessão da Câmara, que aconteceu normalmente.
Ainda conforme o MP-RJ, “as investigações apontam para a existência de uma embrionária organização criminosa, hierarquicamente organizada e suficientemente sedimentada para a prática de reiterados crimes contra a administração municipal, causando prejuízos aos cofres públicos do Município de São João da Barra”.
Fonte:Terceira Via
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